domingo, 19 de dezembro de 2010

4º Domingo do Advento - Acende-se a quarta vela

Sendo acesa a 4ª vela 
A quarta vela marca os passos de preparação para acolher o Salvador, nossa expectativa da chegada definitiva da Luz ao mundo. Simboliza ainda nossa fé em Jesus Cristo, que ilumina todo homem que vêm a este mundo e também os ensinamentos dos profetas, que anunciaram a chegada do Salvador. 
R e f l e t i n d o .  .  .
1.   Este domingo é  o domingo do  Emanuel, do  ”Deus conosco!"
 O orvalho que desce  do céu  faz brotar  da terra  a  salvação,  o  Salvador (Is 45,8)  evoca o canto de entrada.
2.   O centro da liturgia é,  pois,  o  maravilhoso  encontro  do  divino  e  do humano  na pessoa  de Jesus Cristo.  Nos domingos anteriores  as expectativas  do AT  eram a imagem  da nossa esperança  escatológica.   Hoje  entramos mais diretamente no mis-tério de Deus,  em  Jesus,  maravilha  operada  por Deus  na realidade humana.  Deus pôs  mãos  à  obra:  Jesus  é  Deus-conosco (Mt1,23),  e  conosco  permanecerá (cf. fim do ev. de Mt 28,20).  A  obra  de  Deus  é  de  sempre  e  para  sempre!
3.   Neste mistério,  a Virgem-Mãe  ocupa  um lugar central.  A mensagem do anjo  é a primeira  manifestação  da  obra de Deus,  que vai desde a  anunciação  até  a res-surreição!   Maria aparece aqui  como  a jovem  escolhida por Deus,  qual esposa  pelo rei.  A virgindade de Maria  significa  sua  disponibilidade  para  a  obra  de  Deus  a se realizar nela. Nela brota o fruto  que,  em pessoa,  é o sinal de que Deus está conosco.
4.   O mistério de  Jesus  ter nascido sem que  Maria deixasse de  ser virgem  significa que  Jesus,  em última instância,  não  é  mera  obra  humana,  mas  antes de tudo um  presente  de  Deus  à  humanidade.   Seu nascimento  é  sinal  de que  Deus  está conosco  para  nos  salvar.  Seu  nome,  Jesus,   significa,   Deus salva. (Deus-conosco-nos-salva!).
5.   Todo  mistério  se manifesta  através de sinais: o  mistério  do  amor  se  revela  no sinal  do gesto  da rosa ofertada;   o mistério  de Deus  através  do sinal  da Virgem que se torna Mãe. Diante do mistério  do Filho  que  Deus  dá ao mundo, nós sentimos profunda  admiração-contemplação,  fé  e confiança diante do agir de Deus em Jesus, verdadeiramente  homem   e  verdadeiramente  Filho  de  Deus.      Sentimos  também gratidão pelo  presente  que Deus nos oferece.  E  deixando de lado  todas (as  nossas vãs e vaidosas)  tentativas  de  “desvendar o mistério”,  dediquemo-nos  a  contemplá-lo e  a  nos  envolver  na  alegria  que  o  representa.
6.   Estamos às portas do Natal.  A  liturgia  de  hoje  se  concentra  em  torno  da  Boa Notícia:  “Deus está conosco!” Esse anúncio feito  pelos profetas, pelos apóstolos e servos de Deus no passado,  é-nos  feito  hoje  pessoalmente (=a cada um de nós).  É preciso  tomar  consciência  disso:   Deus,  em  Jesus,  armou  sua  tenda  ao  lado  da nossa  e  está  conosco  todos  os  dias,  nas  alegrias  e  nas  tristezas,  nas  esperan-ças   e   nas  angústias.
7.   O  Natal  daquele  Menino  (que vamos comemorar)  tem  que  recordar-nos   “algum” compromisso  nosso  com  a  justiça  de  um  mundo  de  igualdade,  de  fraternida-de,  de  bem-estar  e  de  paz  para  todos  sem  distinção.
8.   Somos cristãos  chamados à  esperança  desse mundo  inaugurado por  esse  Menino,  pré-anunciado  pelos profetas,  por João Batista,  por Maria  e  José.  Somos  convidados  a  revelar  para  o mundo  de hoje  quais são  os sinais  dessa  esperança.
Quais  são  os  sinais  da  nossa  esperança?
9.   Nesta  semana precisamos  dar  um  tempo  a  Deus  para que  ele  nos  inicie  nos seus  mistérios,  como  iniciou  Maria,  como  iniciou  José.    Abertos  a  Deus,  ini-ciados  no seu  mistério de amor,  somos  chamados  a  ser  compromissados  com   o  anúncio (a divulgação, a revelação, a vivência)  do seu plano de amor.  Aqui está o grande problema:  estamos muito mais interessados nos nossos planos  do que nos planos de Deus  (a nosso respeito  e  a respeito do mundo em que vivemos).   Depois,  nos queixamos que as coisas não dão certo …    não  caminham como esperamos …    não nos trazem  felicidade …  não  nos  realizam …   não  nos  dão  a sonhada  paz  do coração …
10.   Aquele que os profetas predisseram,   aquele que o Batista apontou,   aquele que a  Virgem  esperou com amor de Mãe,    aquele  que  José  assumiu  como  pai  e defensor,     aquele que  os  anjos  cantaram,     aquele que  os  pastores  adoraram  …  (aquele que Herodes e seus amigos odiaram…)    esse  é   o  Menino-Deus   que  nós  tam-bém  queremos  acolher  no  coração  e  comprometer-nos  com sua  proposta  de vida e  de  mundo.
11.   Maria, embora figura principal,  passa quase despercebida. É  figura principal porque  não pretende aparecer,  não estão em  busca dos holofotes,  nem das câme-ras.   Na  sua  humildade,  Deus  quis  se  fazer  presente  na  humanidade,  sem  alar-de.   Nosso  amor  não  é  puro;  nada  fazemos  sem  um pouco  de interesse  próprio,  sem  uma  ou  segundas intenções.  A fecundidade de Maria  é  tão grande, a ponto de gerar  Deus,  porque é virginal,  porque é pura,  isenta de qualquer segunda intenção.
12.   José era um homem justo.  Sua justiça, porém,  não se reduz  ao simples e estrito cumprimento da Lei.  Se ele  só  visse  a Lei,  teria denunciado Maria.  Sua justiça vai  muito  além  e  deixa-se  guiar  pelos critérios de Deus,  Pai de todos, que respeita a todos,  que a todos entende e compreende.  Sua justiça  supera   e  muito  a dos “es-cribas e fariseus”.   Essa  é  a  justiça  que  nos  faz  muita   falta.

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